Quem toma café da manhã é mais magro
“Não saia de casa sem comer” e variações como “o café da manhã é a refeição mais importante do dia” são algumas das mais sábias lições maternais. Passada por gerações a fio, por meio de uma sabedoria mais popular do que científica, a importância da primeira refeição do dia tem recebido atenção do meio acadêmico –comprovando que as mães sempre estiveram certas.
Uma pesquisa da Universidade de Minnesota (EUA), realizada com 2.200 adolescentes e publicada no periódico “Pediatrics” no mês passado, mostrou que aqueles que consumiam café da manhã costumavam manter uma dieta saudável ao longo do dia e eram mais ativos fisicamente do que os que pulavam a refeição. Cinco anos após o início do estudo, os que tomavam café da manhã diariamente ganharam menos peso e tinham IMC (índice de massa corpórea) menor do que os que não tomavam.
“Quem não toma café da manhã acaba comendo um volume maior no almoço, exagerando na gordura e nas calorias”, diz Rosana Perim Costa, sócia-fundadora da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) e gerente de nutrição do HCor (Hospital do Coração).
Resultados como os da pesquisa não se restringem aos adolescentes. Segundo Ana Maria Lottenberg, nutricionista da disciplina de endocrinologia da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), quem toma café da manhã é mais magro. “Diversas pesquisas mostram isso. Minha experiência no consultório mostra também que os obesos e quem tem sobrepeso geralmente escolhem só um cafezinho cedo e depois têm fome o dia todo.” E acabam consumindo petiscos gordurosos durante a manhã.
Ao acordar, o organismo apresenta hipoglicemia moderada, de cerca de 70 mg/dl, quando o normal é 100 mg/dl, o que não gera nenhum sintoma. “No entanto, se os níveis de glicose caem para menos de 55 mg/dl, com o jejum muito prolongado, os sintomas podem surgir, como tremores, pessimismo e mal-estar, pois o organismo lança mão dos mecanismos de defesa hormonal para tentar aumentar as taxas de açúcar no sangue”, explica a neurologista Maria José Silva Fernandes, professora do departamento de neurologia e neurocirurgia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Ela afirma que, em geral, esses sintomas desaparecem sem seqüelas ao ingerir algum alimento. “O desjejum é a principal refeição do indivíduo, pois quebra o longo período de jejum e evita problemas desnecessários causados pelo hipoglicemia.”
Fonte: Folha de S.Paulo
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