Obesógenos: eles estão nos fazendo mais gordos?
A prevalência de obesidade e das doenças relacionadas à obesidade tem aumentado drasticamente ao longo das últimas décadas. Embora existam muitos culpados por nossas cinturas sempre em expansão, incluindo porções colossais e um estilo de vida cada vez mais sedentário, os cientistas estão explorando a ideia de que a epidemia de obesidade pode ser mais complicado do que as explicações tradicionais do equilíbrio entre calorias consumidas e calorias gastas, e da preocupação com a qualidade das calorias ingeridas. Os pesquisadores acreditam que um terceiro fator pode estar envolvido: um grupo de compostos químicos naturais e sintéticos chamados produtos químicos de desregulação endócrina. Uma pesquisa recente sugere que estes produtos químicos ambientais, apelidados de “obesógenos”, podem alterar o metabolismo e a produção e armazenamento de gordura corporal.
Obesógenos são substâncias químicas ambientais que podem prejudicar os controles de desenvolvimento natural e normal no metabolismo. Acredita-se que os poluentes industriais encontrados em muitos plásticos, embalagens de alimentos, pesticidas, cosméticos têm efeitos que alteram o metabolismo em nossos genes. Os pesquisadores sugeriram que os obesógenos têm por alvo as proteínas do corpo que enviam sinais para um feto humano em desenvolvimento para aumentar a produção de células de gordura. Cientistas têm a hipótese de que a exposição a esses produtos químicos comuns em uma idade precoce está “programando” as crianças para terem sobrepeso. Em crianças, esses poluentes ambientais que parecem imitar certos hormônios transformam mais células tronco em células de gordura que ficam por toda a vida. Contudo, os pesquisadores alertam que os obesógenos podem não ser a razão de todas as pessoas estarem acima do peso. Afinal de contas, muitos adultos mais velhos que não foram expostos a estes compostos no útero ainda estão com sobrepeso ou obesos, provavelmente como resultado de suas escolhas de estilo de vida.
Há uma estatística assustadora que levou os pesquisadores a investigarem outras explicações para o aumento da obesidade. Vários anos atrás, cientistas da Escola de Saúde Pública de Harvard relataram uma estatística alarmante: a prevalência de obesidade em crianças (menores de 6 meses de idade) aumentou 73 por cento desde 1980. Esta estatística é particularmente preocupante porque as crianças não estão comendo mais calorias do que comiam antigamente, nem mais calorias de qualidade ruim, ou estão mais sedentárias do que antigamente – que são as explicações para a epidemia de obesidade entre os adultos. Os bebês consomem apenas leite materno ou leite preparado para bebês, e não se exercitam, portanto, as razões comuns para a obesidade dos adultos não se aplicam a eles.
A pesquisa sobre obesógenos é muito recente e ainda há muito por se estudar. O primeiro artigo sobre o tema foi publicado em 2002. Quem tiver interesse por esse assunto, há muito material disponível em inglês.
Definitivamente precisamos de mais pesquisas sobre tanto sobre os obesógenos quanto sobre a obesidade. Equilibrar sua ingestão calórica diária com o seu gasto energético diário (através de uma combinação de calorias usadas pelo metabolismo basal e as calorias queimadas através da atividade física) e procurar ingerir calorias de boa qualidade, como todo usuários do ContaCal sabe, ainda são as melhores opções quando se trata de atingir e manter um peso saudável e, consequentemente, um corpo saudável. Se você faz parte da linha do “melhor prevenir do que remediar”, vale a pena você se livrar de seus recipientes de comida de plástico e passar a usar recipientes de vidro e de aço inoxidável. Além disso, tente comer menos alimentos de conveniência pré-embalados, e procure comprar mais alimentos orgânicos cultivados localmente e minimamente processados. Uma dieta de alimentos mais frescos irá assegurar que você ingira menos conservantes e outros produtos químicos.
Fonte: FitDay
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